Thursday, March 25, 2010

Porta Empenada

Sei que já construí os alicerces, e que agora tudo o que semear é para a construção de uma base mais sólida, a cada dia que passa mais e mais me encontro comigo mesma, ainda que corra o risco de me tornar de tal forma autónoma no sentido narcísico ao ponto de embater contra a minha própria parede interna, também sei que posso arriscar e conseguir  encontrar o caminho de uma libertação de certas amarras que me tolhiam os passos e me fechavam a boca, me prendiam as pernas e me vendiam os olhos.
Assustadoramente estive presa numa gaiola, que "PLIM" descobri que sempre tivera a porta empenada... sair e não sair dela é uma opção igual a ela mesma, porque a liberdade é um conceito vazio, como sempre disse, e a dependência narcísica vencedora, como tenho vislumbrado.


Mas atenção, sempre o disse, sabem porquê? Porque olhava atentamente para as gaiolas penduradas ao lado da minha e era isto que aprendia... e gritava-lhes, como um canário que "canta" numa gaiola fechada...  

A Magnificência mostra a conquista de uma estabilidade interior, que vem com uma sensação de conhecer a minha história, entender como surgiu e para onde vai, ou querer que ande mais... que ande!
Sempre me disseram que para plantar era necessário ter um solo fértil, sementes e bom clima. E que depois nem tudo dependia só do nosso esforço, seria sempre necessária encontrar a possibilidade de contar com os outros e também com elementos externos para compor as próprias bases. E hoje, percebo que é verdade... E é uma verdade, bonita. Eu já sabia que era verdade, mas era uma verdade, para mim, banal. Agora é uma verdade bonita e é mais agradável assim. Pois é.
Estou disposta a equilibrar a ansiedade do momento porque o meu Ser quer fazer tudo e mais um pouco.
A esta ansiedade chamo - Inovação - como elemento de evolução. Ansiedade? Sim, é uma palavra feia e dura que se bem trabalhada se transforma, tal como o caos em harmonia, ou como uma minhoca, que depois afinal, é uma borboleta, e que coisa deslumbrante... uma borboleta!?
Esta força, que alguns têm é a grande virtude humana. A força de um esforço dirigido à própria inspiração que sentimos dentro de nós e que nos grita que existe algo mais que ainda não conhecemos...

4 comments:

choco said...

que texto tao profundo.....lindo....Usamos os espelhos para ver o rosto e a arte para ver a alma...bj
spotdoxoco

Patrícia Caeiro said...

obrigada, este texto saiu-me rapidamente... como uma ventania... quando dei por mim, estava a escrevê-lo e estava feito.

E concordo contigo. SIM.

Beijinhos
Calua

Patrícia Caeiro said...

.... e Às vezes usamos demasiados espelhos e passamos demasiado tempo, pasmados a olhar para eles...

será que alguém se deu conta que aquilo reflecte uma imagem contrária?

;)

beijo

Cruztáceo said...

Para me libertar, tenho primeiro de me soltar de amarras que me prendem...E neste momento já percebi que não consigo, já cometi um erro bárbaro que foi acostar, no meio da tempestade, num porto que não me deu abrigo e quase me afundou....

João Cruz