Talvez seja tristeza
que me sentes nas mãos,
a boca apetecida de silêncio
quando o sol se ergue entre nós
à distância do esquecimento.
O meu riso mascara
o que existe por detrás do olhar,
a quietude da espera,
a nostalgia de ser só antes da palavra.
Existem palavras que não devem ser ditas.
Existem frases que não devem ser repetidas.
Dizê-las é dar-lhes a existência
das coisas que morrem,
que podem morrer.
Talvez seja amor
o que me tomas das mãos,
quietamente como um ribeiro
que salta sobre as pedras,
feito de silêncio e resignação.
O Ribeiro
Poesia de Ana Brilha
O Ribeiro
Poesia de Ana Brilha
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