Monday, June 28, 2010

Luas

Estou cansada de quem não me sente, de quem me toca abruptamente, de quem me deixa sem me ver, estou cansada do meu mau sentir, do meu mau amigo interior que também me seduz, que me cega a comunhão, estou cansada da solidão em ti, estou cansada do silencio de fel que em nada é nosso. O meu silêncio não é assim, o teu calar não é assim.
Pelo espelho sei porém perceber o que me preenche neste vazio que veio e me voltou e que insisto em chamar-lhe vazio e que também me enche, também me fala, também me ama, também me sabe, também me toca, também me é… que parece um vulcão que vive e morre, que preenche tudo com palavras primeiro, com o corpo depois… com o corpo todo… em empatia cerebral, em memórias conhecidas e caladas e num bem saber de sal e pimenta. O desejo que te cresce sempre que te morre, e que pensas que mataste, e porque não matas? Aquela sombra que enterro todas as manhãs e que renasce noutra noite de fugida... Um não saber, sabendo, que não quero, querendo onde em ti posso ser tudo porque quero e basta-me. Mas não é, não existe. É o que é que não é.

CaLua

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