Friday, April 09, 2010

Um Tributo a Jacob Levy Moreno

...e quando me tiveres encontrado, eu arrancarei os teus olhos e os colocarei no lugar do meus, e tu arrancarás os meus olhos e os colocarás no lugar dos teus. Assim, eu passarei a ver com os teus olhos, e tu a ver-me, com os meus.
JACOB LEVY MORENO 1889-1974
Pai do Psicodrama , da Sociometria e da Psicoterapia de Grupo
Foi Jacob que "formalizou" a ideia de espontaneidade.
A espontaneidade, a criatividade e a sensibilidade são recursos inatos do homem. Desde o início o ser humano traz consigo factores favoráveis ao desenvolvimento desta capacidade, porém estes factores podem ser perturbados por ambientes ou sistemas sociais constrangedores.
Moreno, não considerava o nascimento como um evento angustiante e traumático, e concebia o rebento humano como um agente participante desde o primeiro momento em que ele aparece perante os outros, tendo até começado a sua participação antes de se "estrear" ao Mundo. O factor "E" ou Espontaneidade é a capacidade de responder adequadamente a uma situação, e é utilizada pela primeira vez logo no nascimento.
O Homem nasce espontâneo e deixa de o ser devido a factores adversos tanto do ambiente afectivo-emocional (matriz de identidade e átomo social), quanto do ambiente social em que a família se insere (rede sociométrica e social).
Para que tenhamos o prazer em nos sentirmos vivos é preciso que nos reconheçamos como agentes de nosso próprio destino. A espontaneidade é a capacidade de agir de modo "adequado" diante de situações novas, procurando transformar seus aspectos insatisfatórios em positivos ou construtivos.

Para promover mudanças no ambiente, pensamos e agimos em função de relações afectivas, mesmo que não o façamos conscientemente.
A possibilidade de modificar uma dada situação implica criar, e a criatividade é indissociável da espontaneidade (esta permite que o potencial criativo de actualize e se manifeste).

Jacob desde pequeno que era genial, aos 4 anos organizou uma brincadeira com algumas crianças, na cave da casa dele e a sua mirambulante ideia foi a de empilharem cadeiras em cima de uma mesa até ao tecto e depois "brincar de Ser Deus" : - os amigos dele faziam o papel de anjos e incentivavam Moreno para que ele voasse!
Acção dramática assumida pelo pequeno actor embalado no sonho de que era Deus... o resultado foi o braço esquerdo partido e essa experiência psicodramática é sentida por ele (ah pois.. ihihih...) como aquilo que o impulsionou a criar um tal método chamado, Psicodrama.
Era, no meu ponto de vista, um extravagante, bondoso, surpreendente e... um génio - louco, confundia-se na rua com o actor - cidadão, na adolescência teve aulas com Freud, discordava dele sabendo discordar, pensava por ele próprio, sem medo! E debatia-se, era também adepto fervoroso de Filosofia, era uma Criatura só a si mesma comparada e que aos outros e dos outros se entendia e através de si se entendiam e assim se fez o Era Uma Vez... não sei se me fiz entender...sei lá.. e todos os "pois" e "pois" e "ses" e "ses" eram para ele ilusões que transformava em realidades .... era o Aqui e Agora!

Faço este pequeno Tributo a Jacob Levy Moreno, um senhor em que o olhar significa: Ver!

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